Antífona da entrada: Alegremo-nos todos no Senhor, celebrando este dia
festivo em honra da virgem santa Rosa de Lima. Conosco alegram-se os anjos e
glorificam o Filho de Deus.
Leituras: 2Cor 10,17-11,2; Sl 148, 1-2.11-13a.13c-14 (R/. cf. 12ª.
15ª); Mt 13,44-46
Isabel Flores y de Oliva nasceu
na cidade de Lima, capital do Peru, no dia 20 de abril de 1586. A décima dos
treze filhos de Gaspar Flores e Maria de Oliva. À medida que crescia com o
rosto rosado e belo, recebeu dos familiares o apelido de Rosa, como ficou
conhecida. Seus pais eram ricos espanhóis que se haviam mudado para a próspera
colônia do Peru, mas os negócios declinaram e eles ficaram na miséria.
Ainda criança, Rosa teve grande
inclinação à oração e à meditação, sendo dotada de dons especiais de profecia.
Já adolescente, enquanto rezava diante da imagem da Virgem Maria, decidiu
entregar sua vida somente a Cristo. Apesar dos apelos da família, que contava
com sua ajuda para o sustento, ela ingressou na Ordem Terceira Dominicana,
tomando como exemplo de vida santa Catarina de Sena. Dedicou-se, então, ao
jejum, às severas penitências e à oração contemplativa, aumentando seus dons de
profecia e prodígios. E, para perder a vaidade, cortou os cabelos e engrossou
as mãos, trabalhando na lavoura com os pais.
Aos vinte anos, pediu e obteve
licença para emitir os votos religiosos em casa e não no convento, como
terciária dominicana. Quando vestiu o hábito e se consagrou, mudou o nome para
Rosa e acrescentou Santa Maria, por causa de sua grande devoção à Virgem Maria,
passando a ser chamada Rosa de Santa Maria.
Construiu uma pequena cela no
fundo do quintal da casa de seus pais, levando uma vida de austeridade, de
mortificação e de abandono à vontade de Deus. A partir do hábito, ela imprimiu
ainda mais rigor às penitências. Começou a usar, na cabeça, uma coroa de metal
espinhento, disfarçada com botões de rosas.
Aumentou os dias de jejum e dormia
sobre uma tábua com pregos. Passou a sustentar a família com as rendas e
bordados que fazia, pois seu confessor consentiu que ela não saísse mais de sua
cela, exceto para receber a eucaristia. Vivendo em contínuo contato com Deus,
atingiu um alto grau de vida contemplativa e experiência mística, compreendendo
em profundidade o mistério da Paixão e Morte de Jesus.
Rosa cumpriu sua vocação,
devotando-se à eucaristia e à Virgem Maria, cuidando para afastar o pecado do
seu coração, conforme a espiritualidade da época. Aos trinta e um anos de
idade, foi acometida por uma grave doença, que lhe causou sofrimentos e danos físicos.
Assim, retirou-se para a casa de sua benfeitora, Maria de Uzátegui, agora
Mosteiro de Santa Rosa, para cumprir a profecia de sua morte. Todo ano, ela
passava o Dia de São Bartolomeu em oração, pois, dizia: "este é o dia das
minhas núpcias eternas". E assim foi, até morrer no dia 24 de agosto de
1617. O seu sepultamento parou toda a cidade de Lima.
Muitos milagres aconteceram por
sua intercessão após sua morte. Rosa foi beatificada em 1667 e tornou-se a
primeira santa da América Latina ao ser canonizada, em 1671, pelo papa Clemente
X. Dois anos depois, foi proclamada Padroeira da América Latina, das Filipinas
e das Índias Orientais, com a festa litúrgica marcada para o dia 23 de agosto.
A devoção a santa Rosa de Lima propagou-se rapidamente nos países
latino-americanos, sendo venerada pelos fiéis como Padroeira dos Jardineiros e
dos Floristas.
Oração
Ó Deus, que inspirastes Santa Rosa de Lima, inflamada de amor, a deixar o mundo, a servir os pobres e a viver em austera penitencia, concedei-nos, por sua intercessão, seguir na terra os vossos caminhos e gozar no céu as vossas delícias. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo. Amém.
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