Leva-me contigo,
corremos atrás do odor de teus perfumes,
Esposo celeste!
Correrei e não desfalecerei
até me introduzires na adega,
até que a tua esquerda esteja
debaixo de minha cabeça
e a direita me abrace com felicidade
e me beijes com o ditoso beijo de tua boca.
segunda-feira, 20 de abril de 2009
sexta-feira, 17 de abril de 2009
O amargo que se torna doce
"Assim pois, quando ainda no hábito secular, nutria um ânimo religioso; e, procurando mais os lugares solitários que os públicos, era frequentemente exortado pela visita do Espírito Santo. Aquela doçura originária o atraía e o arrebatava de modo tão transbordante que desde o início nunca mais o abandonou durante toda a vida. Mas quando frequentava lugares escondidos, por serem mais convenientes para as orações, o demônio tentava afastá-lo violentamente dessas iniciativas com sua astúcia maligna. Incutiu-lhe no coração a imagem de uma mulher monstruosamente corcunda, que morava em sua cidade e que para todos apresentava um aspecto horroroso. Ameaçava-o torná-lo igual a ela se não desistisse daquelas iniciativas. Mas, confortado pelo Senhor, teve a alegria de uma resposta de salvação e de graça: 'Ó Francisco', disse-lhe Deus em espírito, 'agora que já estás transformado pela apreciação das coisas espirituais no lugar das carnais e vãs, se quiseres me conhecer prefere as coisas amargas às doces, despreza a ti mesmo. Pois, as coisas que te digo, por uma inversão, te parecerão saborosas'. Sentiu-se imediatamente impelido a obedecer às ordens divinas e conduzido a fazer essa experiência.
Dentre todas as coisas monstruosas desgraças do mundo, Francisco sentia um horror natural pelos leprosos. Certo dia, cavalgando perto de Assis, encontrou-se com um deles. Mas, embora fosse assaltado por um grande desgosto e horror, para não quebrar o juramento de fidelidade, como quem transgride uma ordem dada, apeou e correu para beijá-lo. Quando o leproso lhe estendeu a mão, como que para receber alguma coisa, recebeu dinheiro com um beijo. Montando logo no cavalo e olhando para cá e para lá, apesar de estar em campo aberto e livre de qualquer obstáculo, não viu mais o leproso. Cheio de admiração e de alegria por causa disso, poucos dias depois, tratou de fazer algo semelhante. Dirigiu-se para onde moravam os leprosos, deu dinheiro a cada um deles e beijou-lhes a mão e a boca. Foi assim que assumiu o amargo no lugar do doce, preparando-se corajosamente para observar os demais propósitos." (Segunda Vida e São Francisco segundo Celano; 5,1-15)
domingo, 12 de abril de 2009
Christus ressurrexit! Alelluia
Desdobra-se no céu
a rutilante aurora.
Alegre, exulta o mundo;
gemendo, o inferno chora.
Pois eis que o Rei, descido
à região da morte,
àqueles que o esperavam
conduz à nova sorte.
Por sob a pedra posto,
por guardas vigiado,
sepulta a própria morte
Jesus ressuscitado.
Da região da morte
cesse o clamor ingente:
"Ressuscitou!" exclama
o Anjo refulgente.
Jesus, perene Páscoa,
a todos alegrai-nos.
Nascidos para a vida,
da morte libertai-nos.
Louvor ao que da morte
ressuscitado vem,
ao Pai e ao Paráclito
eternamente. Amém
a rutilante aurora.
Alegre, exulta o mundo;
gemendo, o inferno chora.
Pois eis que o Rei, descido
à região da morte,
àqueles que o esperavam
conduz à nova sorte.
Por sob a pedra posto,
por guardas vigiado,
sepulta a própria morte
Jesus ressuscitado.
Da região da morte
cesse o clamor ingente:
"Ressuscitou!" exclama
o Anjo refulgente.
Jesus, perene Páscoa,
a todos alegrai-nos.
Nascidos para a vida,
da morte libertai-nos.
Louvor ao que da morte
ressuscitado vem,
ao Pai e ao Paráclito
eternamente. Amém
quinta-feira, 9 de abril de 2009
Povo meu, que te fiz eu?
1. Povo meu, que te fiz eu?
Dize: em que te contristei?
Por que à morte me entregaste?
Em que foi que eu te faltei?
2. Eu te fiz sair do Egito,
Com maná te alimentei.
Preparei-te bela terra:
Tu, a cruz para o teu Rei!
Deus santo, Deus forte,
Deus imortal,
Tende piedade de nós!
3. Bela vinha eu te plantara,
Tu plantaste a lança em mim;
Águas doces eu te dava,
Foste amargo até o fim!
4. Flagelei por ti o Egito,
Primogênitos matei;
Tu, porém, me flagelaste,
Entregaste o próprio Rei!
5. Eu te abri o mar Vermelho,
Tu me abriste o coração;
A Pilatos me levaste,
Eu te levei pela mão.
6. Só na cruz tu me exaltaste,
Quando em tudo te exaltei;
Que mais podia eu ter feito?
Em que foi que eu te faltei?
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