Antífona da entrada: Anjos todos do Senhor, bendizei o Senhor;
cantai a sua glória, louvai-o eternamente (Dn 3,58).
Deus, que criou todas as coisas,
criou também os anjos, para que o louvem, obedeçam e atendam. Criou-os para
serem eternamente felizes e para que nos ajudem e guiem, especialmente toda a
sua Igreja. Entretanto uma grande parte desses anjos cometeu o grave pecado da
soberba, desejando tornar-se iguais ao próprio Criador. Por isso Deus os
condenou e os precipitou no inferno, onde permanecerão para todo o sempre.
Esses anjos rebeldes são chamados espíritos maus, diabos ou demônios, e têm
como chefe Satanás.
Os anjos que ficaram fiéis a Deus
são os chamados anjos bons ou simplesmente: anjos. Dentre esses é que Deus
escolhe nosso Anjo da Guarda, que é pessoal e exclusivo, cuja função é
proteger-nos até o retorno da nossa alma à eternidade. Ele nos ampara e nos
defende dos perigos com que os espíritos maus nos tentam, na nossa vida
terrena. "Porque aos seus anjos ele mandou que te guardem em todos os teus
caminhos, eles te sustentarão em suas mãos, para que não tropeces em alguma
pedra" (Sl 90,11-12).
Os Anjos da Guarda estão repletos
de dons e privilégios especiais, com uma missão insubstituível ao longo da
criação. Eles possuem a natureza angélica espiritual, que é a síntese de toda a
beleza e de todas as virtudes de Deus, por isso impossível de ser representada.
Em um dos seus textos, são
Francisco de Sales esclarece que a tarefa dos anjos é levar as nossas orações à
bondade misericordiosa do Altíssimo e de informar-nos se elas foram atendidas.
Assim sendo, as graças que recebemos nos são dadas por Deus, que é o princípio
e o fim de nossa vida, através da intercessão de nosso Anjo Bom.
Deus confiou cada criatura a um
Anjo da Guarda. Esta é uma verdade que está em várias páginas da Sagrada
Escritura e na história das tradições da humanidade, sendo um dogma da Igreja
Católica, atualmente também confirmado pelos teólogos. A devoção dos anjos é
mais antiga até que a dos próprios santos, ganhando maior vigor na Idade Média,
quando os monges solitários receberam a companhia dessas invisíveis criaturas,
cuja presença era sentida nas suas vidas de silenciosa contemplação e íntima
comunhão espiritual com Deus-Pai.
Todavia o Eterno Guardião, como o
Anjo da Guarda também é chamado, tão solicitado e cuidado durante a infância,
está totalmente esquecido no cotidiano do adulto, que, descuidando de sua
exclusiva e própria companhia, não se apercebe mais de sua angélica presença.
Mas este espírito puro continua vigilante, constante dos pensamentos e de todas
as ações humanas.
O Anjo da Guarda é um ser mais
perfeito e digno do que nós, criaturas humanas. Não podemos ignorá-lo. Devemos
amá-lo, respeitá-lo e segui-lo, pois está sempre pronto a proteger-nos, animar
e orientar, para cumprirmos a missão da vida terrena, trilhando o caminho de
Cristo e, assim, ingressarmos na glória eterna.
A celebração especialmente
dedicada aos Anjos da Guarda começou na Espanha, no final do ano 400,
propagando-se por toda a Europa em poucos séculos. Antes, ela ocorria no dia 29
de setembro, junto com a do arcanjo Miguel, guardião e protetor por excelência.
O dia 2 de outubro foi fixado em 1670, pelo papa Clemente X, para celebrar
separadamente o nosso santo Anjo da Guarda. E para ele a Igreja ditou uma das
mais belas orações, que diz: "Santo Anjo do Senhor, meu zeloso guardador,
já que a ti me confiou a Piedade Divina, sempre me rege, me guarda, me governa
e ilumina, agora e sempre. Assim seja".
Oração
Ó Deus, que na vossa misteriosa providência mandais os vossos Anjos
para guardar-nos, concedei que nos defendam de todos os perigos e gozemos
eternamente do seu convívio. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na
unidade do Espírito Santo. Amém.
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