Antífona da entrada: Deus cercou-a de cuidados e a instruiu,
guardou-a como a pupila dos seus olhos. Ele abriu suas asas como a águia e em
cima dos seus ombros a levou. E só ele, o Senhor, foi o seu guia. (Dt 32,10ss)
A vida da santa Teresa de
Lisieux, ou santa Teresinha do Menino Jesus e da Sagrada Face, seu nome de
religiosa e como o povo carinhosamente a prefere chamar, marca na história da
Igreja uma nova forma de entregar-se à religiosidade. No lugar do medo do "Deus
duro e vingador", ela coloca o amor puro e total a Jesus como um fim em si
mesmo para toda a existência eterna. Um amor puro, infantil e total, como
deixaria registrado nos livros "Infância espiritual" e "História
de uma alma", editados a partir de seus escritos. Sua vida foi breve, mas
plena de dedicação e entrega. Morreu virgem como Maria, a Mãe que venerava, e
jovem como o amor que vivenciava a Jesus, pela pura ação do Espírito Santo.
Teresinha nasceu em Alençon, na
França, em 2 de janeiro de 1873. Foi batizada com o nome de Maria Francisca
Martin e desde então destinada ao serviço religioso, assim como suas quatro
irmãs. Os pais, quando jovens, sonhavam em servir a Deus. Mas circunstâncias
especiais os impediram e a mãe prometeu ao Senhor que cumpriria seu papel de
genitora terrena, mas que suas filhas trilhariam o caminho da fé. E assim foi,
com entusiasmada aceitação por parte de Teresinha desde a mais tenra idade.
Caçula, viu as irmãs mais velhas,
uma a uma, consagrando-se a Deus até chegar sua vez. Mas a vontade de segui-las
era tanta que não quis nem esperar a idade correta. Aos quinze anos, conseguiu
permissão para entrar no Carmelo, em Lisieux, permissão concedida especial e
pessoalmente pelo papa Leão XIII.
Ela própria escreveu que, para servir
a Jesus, desejava ser cavaleiro das cruzadas, padre, apóstolo, evangelista,
mártir... Mas ao perceber que o amor supremo era a fonte de todas essas
missões, depositou nele sua vida. Sua obra não frutificou pela ação
evangelizadora ou atividade caritativa, mas sim em oração, sacrifícios,
provações, penitências e imolações, santificando o seu cotidiano enquanto
carmelita. Essa vivência foi registrada dia a dia, sendo depois editada,
perpetuando-se como livro de cabeceira de religiosos, leigos e da elite dos
teólogos, filósofos e pensadores do século XX.
Teresinha teve seus últimos anos
consumidos pela terrível tuberculose, que, no entanto, não venceu sua paciência
com os desígnios do Supremo. Morreu em 1° de outubro de 1897, com vinte e
quatro anos, depois de prometer uma chuva de rosas sobre a Terra quando
expirasse. Essa chuva ainda cai sobre nós, em forma de uma quantidade
incalculável de graças e milagres alcançados através de sua intervenção em
favor de seus devotos.
Teresa de Lisieux foi beatificada
em 1923 e canonizada em 1925 pelo papa Pio XI. Ela, que durante toda a sua vida
teve um grande desejo de evangelizar e ofereceu sua vida à causa missionária,
foi aclamada, dois anos depois, pelo mesmo pontífice, como "padroeira
especial de todos os missionários, homens e mulheres, e das missões existentes
em todo o universo, tendo o mesmo título de são Francisco Xavier". Esta
"grande santa dos tempos modernos" foi proclamada doutora da Igreja
pelo papa João Paulo II em 1997.
Oremos
Ó Deus, que preparais o vosso Reino para os pequenos e humildes,
dai-nos seguir confiantes o caminho de Santa Teresinha, para que, por sua
intercessão, nos seja revelada a vossa glória. Por nosso Senhor Jesus Cristo,
vosso Filho, na unidade do Espírito Santo. Amém.
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