PARTE 5
Maria Discípula e Missionária
O Padre Alberione proclama também
a missão materna de Maria em relação à Igreja: “A Igreja é confiada a Maria. Na
criação, na redenção, na distribuição das graças e na glória, Maria ocupa um
lugar proeminente. Sempre para dar Jesus Cristo ao mundo e a cada alma. É Mãe
de Deus e da Igreja. Todos os bens passam por Maria. De Maria, a vida. Ela é
nossa mãe” (VH XXII).
Não só a missão de Maria como
também a missão da Igreja é vista a partir dos títulos de Cristo: “Jesus Cristo
elege os doze, que chamou de apóstolos, para continuar e dilatar, no mondo, sua
missão. Designa a Igreja.... para continuar a ser nela o Caminho, a Verdade e a
Vida...Bendito sejais, porque estabelecestes a Igreja como nossa Mestra, Mae e
Guia... Meditarei sempre a vossa palavra: ‘Como o Pai me enviou, assim eu vos
envio’: pregai, guiai e santificai todos” (VH XI; cf. XVIII, XIX, XX).
Assume uma importância especial
observar que, para o Padre Alberione, o título Rainha dos Apóstolos tem seu
enfoque não em “rainha”, mas em “apóstolos”, ou seja quer afirmar o quanto
Maria é Apóstola. Em outras palavras: como discípula de Jesus Caminho e Rei ela
é também a missionária por excelência: “O apostolado nosso é uma irradiação de
Jesus Cristo. É ao mundo dar todo Jesus Cristo: Caminho, Verdade e Vida. Maria
participa nele mais que todos os Doutores, os Pregadores, os Missionários. É
Apóstola e Rainha de todo apostolado por predestinação e vocação eterna de
Deus”[1].
A descrição quem é o apostolo,
feita pelo Bem-aventurado Tiago Alberione, se aplica de modo especial a Maria:
“Apóstolo é quem leva
Deus na própria alma e o irradia ao redor de si. É um santo que acumula
tesouros, e comunica o que excede às almas. É um coração que ama tanto a Deus e
os homens, e não pode mais comprimir em si quanto sente e pensa. É um
ostensório que contém Jesus Cristo, e expande uma luz inefável ao redor de si.
É um vaso de eleição que reversa, porque cheio demais, e de sua plenitude todos
podem gozar. É um templo da Santíssima Trindade, a qual é sumamente operante;
de todos os poros transpira Deus: com as palavras, as obras, as orações, os
gestos, as atitudes; privadamente e em público. Agora, com este retrato,
examinai o rosto de pessoas, próximas ou distantes: reconheceis nele o
apóstolo? Em sumo grau, com inatingível semelhança é o resto de Maria. Seguirá
depois Paulo”[2].
Todos estes ensinamentos do
Bem-aventurado Tiago Alberione sobre Cristo e Maria encontram uma ressonância
muito atual no Documento de Aparecida, que, do ponto de vista mariano, insistiu
mais no aspecto do seguimento e da imitação de Maria como discípula e
missionária[3].
Podemos pensar que se vivesse hoje o Padre Alberione subscreveria as seguintes
afirmações:
«Hoje, quando
em nosso continente latino-americano e caribenho se quer enfatizar o
discipulado e a missão, é ela quem brilha diante de nossos olhos como imagem
acabada e fidelíssima do seguimento de Cristo. Esta é a hora da seguidora mais
radical de Cristo, de seu magistério discipular e missionário ao qual nos envia
o Papa Bento XVI: "Maria Santíssima, a Virgem pura e sem mancha, é para nós
escola de fé destinada a nos conduzir e a nos fortalecer no caminho que conduz
ao encontro com o Criador do céu e da terra. O Papa veio a Aparecida com viva
alegria para nos dizer em primeiro lugar: Permaneçam na escola de Maria.
Inspirem-se em seus ensinamentos. Procurem acolher e guardar dentro do coração
as luzes que ela, por mandato divino, envia a vocês a partir do alto”» (N. 270)
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