Antífona da Entrada: Exultemos de alegria no Senhor, celebrando
este dia de festa em honra de Todos os Santos. Nesta solenidade alegram-se os
Anjos e cantam louvores ao Filho de Deus.
Leituras: Ap 7,2-4.9-14; Sl 23(24),1-2.3-4ab.5-6(R/. cf. 6); 1Jo
3,1-3; Mt 5,1-12a
“Festejamos a cidade do céu, a
Jerusalém do alto, nossa mãe, onde nossos irmãos, os santos, vos cercam e
cantam eternamente o vosso louvor. Para esta cidade caminhamos pressurosos,
peregrinando na penumbra da fé” (Prefácio da Missa de todos os Santos). Neste
final de semana, olhamos para cima, buscando as coisas do alto, onde Cristo
está sentado à direita do Pai (cf. Cl 3,1), pois Deus, que nos fez para a
comunhão com Ele na eternidade, não pensou para nós o nivelamento no pecado, na
maldade, na corrupção. Fomos feitos para a perfeição, para a santidade. Ser
santos é nossa vocação, partindo da santidade que é dom recebido no Batismo (1
Jo 3,1-3), para percorrer os passos da santidade moral, dever de todo cristão.
O reconhecimento da santidade de
homens e mulheres, quando a Igreja celebra beatificações ou canonizações, como
fez há poucos dias o Papa Bento XVI (cf. Homilia do Papa Bento XVI, no dia 21
de outubro de 2012), quer mostrar a todas as pessoas, de todas as classes
sociais, idades e vocações, que a proposta da vivência do Evangelho lhes é
igualmente destinada.
São Jacques Berthie, sacerdote
jesuíta francês, missionário em Madagascar, lutou contra a injustiça, levando
alívio aos pobres e enfermos. Os malgaxes o consideravam um sacerdote vindo do
céu, e diziam: Tu és o nosso "pai e mãe"! Morreu dizendo: «Prefiro
antes morrer que renunciar à minha fé». Retidão e coerência na profissão de fé
como bússola para a própria vida!
São Pedro Calungsod, catequista,
evangelizador, mártir! Demonstrou grande fé e caridade, e continuou
catequizando os seus muitos convertidos, dando testemunho de Cristo através de
uma vida de pureza e dedicação ao Evangelho. A estrada da santidade é feita
também para os jovens, dos quais se espera respostas corajosas!
São Giovanni Battista Piamarta,
sacerdote de Brescia, na Itália, apóstolo da caridade e da juventude,
dedicou-se ao progresso cristão, moral e profissional das novas gerações, com a
sua esplêndida humanidade e bondade, com confiança inabalável na Providência
Divina e profundo espírito de sacrifício. O segredo da sua vida, intensa e
ativa, residia nas longas horas que ele dedicava à oração. Quando estava
sobrecarregado pelo trabalho, aumentava o tempo do encontro, de coração a
coração, com o Senhor. Ser santo é ser criativo, buscar saídas novas para os
problemas, olhar ao redor para descobrir o que é possível fazer para melhorar o
mundo.
Santa Maria del Carmelo Salles y
Barangueras, religiosa espanhola deixou a herança de uma obra educativa
confiada à Virgem Imaculada, que continua a dar frutos abundantes entre os
jovens e através da entrega generosa das suas filhas que, como ela, se confiam
ao Deus que pode tudo. Santidade é contagiar outras pessoas com otimismo e
virtude! Quem vai atrás de Jesus Cristo é seguido pelas outras pessoas, pois o
exemplo arrasta!
Santa Marianne Cope, alemã,
cuidou dos leprosos no Havaí, aceitou o convite para abrir uma casa para
mulheres e meninas na Ilha de Molokai, partindo com coragem, onde cuidou do
Padre Damião, então já famoso pelo seu trabalho heroico com os leprosos,
assistindo-o até a sua morte e assumindo o seu trabalho com os leprosos.
Procura-se gente que aceite desafios! Inscrições abertas em nossas Igrejas!
Santa Kateri Tekakwitha,
indígena, filha de pai Mohawk e de mãe Algoquin cristã, que lhe transmitiu a fé
no Deus vivo. Batizada aos vinte anos de idade, manteve-se fiel às tradições
culturais do seu povo, morreu com vinte e quatro anos. Levando uma vida
simples, Kateri permaneceu fiel ao seu amor por Jesus, à oração e à Missa
diária, receitas infalíveis para uma vida de perfeição cristã. Nela, fé e
cultura se enriqueceram mutuamente! A ficha para a inscrição na Escola da
santidade aceita pessoas de todas as raças, culturas e idades! Sejam também bem
vindos os povos indígenas!
A jovem Santa Anna Schäffer,
nascida em uma família humilde, conseguiu, trabalhando como doméstica, ajuntar
o dote então necessário para poder entrar na vida religiosa. Neste emprego,
sofreu um grave acidente com queimaduras incuráveis nos seus pés, que a prenderam
em um leito pelo resto da vida. Seu quarto de enferma se transformou em uma
cela conventual, e o seu sofrimento, em serviço missionário. Seu apostolado de
oração e de sofrimento, de oferta e de expiação seja um exemplo luminoso e que
a sua intercessão fortaleça a atuação abençoada dos centros cristãos de curas
paliativas para doentes terminais. A vaidade pessoal superada, a oferta da vida
a Deus e aos irmãos, sem perder tempo! Um roteiro na estrada das pessoas que
“decidem em seu coração fazer a santa viagem”! (cf. Sl 83,6)
Esta é, quem sabe, uma nova
espécie de ladainha, à qual se pode acrescentar uma lista de nomes e estilos de
vida, inclusive o meu e o seu! Seja uma sadia propaganda para que as propostas
das bem-aventuranças (Mt 5,1-12) encontrem eco no coração dos homens e mulheres
de nosso tempo.
Dom Alberto Taveira Corrêa
Arcebispo Metropolitano de Belém
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