ROMA, 09 Nov. 12 / 03:43 pm
(ACI).- O diretor da Cáritas na Jordânia, Wael Suleiman, informou que o total
de refugiados sírios em seu país já chegou à casa dos 250 mil. Dentre eles, 50
mil são atendidos pela instituição católica. Suleiman também agradeceu a
presença do enviado do Papa na região, o Cardeal Robert Sarah.
Em declarações à agência vaticana
Fides, Suleiman explica que se o conflito na Síria não tiver um solução por volta de abril de 2013 a cifra de
refugiados poderia duplicar.
O último relatório elaborado pela
Cáritas da Jordânia confirma que diariamente cerca de 500 sírios cruzam a
fronteira com o Reino Hachemita fugindo do sangrento conflito entre rebeldes e
forças armadas do governo de Bashar al-Assad. A média das chegadas mensais à
Jordânia ultimamente já chega a cifras de 12 a 15 mil prófugos. 75 por cento
dos acolhidos nos acampamentos e centros de assistência são mulheres e
crianças.
No maior campo de refugiados, o
de Zaatari, a situação é insustentável. Ali, em uma zona desértica, cerca de 40
mil refugiados vivem em condições sumamente precárias.
Suleiman indicou a agência Fides:
"nós comunicamos aos funcionários das Nações Unidas que o acampamento
deveria ser fechado. Os refugiados, uma vez que entram, não podem sair. Agora
começou a construção de outro campo de refugiados a 22 quilômetros de Zarqa,
que deveria estar operativo no início de dezembro, com as infra-estruturas
básicas que Zaatari não não possui".
Nesta sexta-feira, 9, o Cardeal
Robert Sarah, Presidente do Pontifício Conselho Cor Unum e enviado do Papa à
região, se reunirá em Beirute (Líbano) com os representantes de agências
católicas que trabalham no Meio Oriente para coordenar os esforços humanitários
da Igreja Católica na região.
No Jordânia, os 120 empregados e
1.000 voluntários da Cáritas proporcionam assistência direta a mais de 52 mil
refugiados sírios, com especial atenção aos mais debilitados e as crianças.
"Com o apoio do Cáritas Polônia –explica Suleiman– estamos trabalhando em
um projeto para fazer enfrentar também as emergências psicológicas de muitas
destas crianças que correm o risco de ficar marcados pelo resta da vida pelas
coisas terríveis que viram".
O compromisso do Cáritas-Jordânia
ante o drama sírio começou em novembro de 2011. Comentando a visita do Cardeal
Sarah, Suleiman disse que "o povo sírio está esperando alguém que possa
pelo menos tentar trazer a paz. As pessoas estão perdendo a esperança e desejam
alguém que as ajude. E a Igreja neste aspecto pode fazer muito".
"Eu percebia isso quando
acompanhei o Bispo Maroun Lahham em sua visita ao acampamento de Zaatari. Ali,
onde só há muçulmanos, todos se aproximaram do Bispo para pedir-lhe ajuda e
sobre tudo que (o prelado) rezasse por eles", concluiu.
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