segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

Nossa Senhora do Natal




A reflexão sobre a festa do Natal nos leva a contemplar a figura de Maria a partir de uma ótica ao mesmo tempo divina e histórica e, em ambas, percebemos a beleza de um Deus que não assume apenas a realidade humana, mas também todo um projeto de salvação que envolve todos os homens e todas as mulheres de todos os

tempos. O Natal é, neste sentido, o momento mais importante para nos darmos conta de que Jesus Cristo é o centro da História, tudo converge para ele e tudo encontra, nele, o sentido. É Ele o motivo do Natal porque Ele é Deus que entra na História para dar-lhe luz e sentido profundo.

Um fato, entretanto, nos enternece com a mesma força com que nos faz pensar de maneira mais antropológica. Jesus chega ao mundo e se deixa adorar pela primeira vez nos braços de uma MÃE. É bonito percebermos que a Mãe, na noite de Natal, não é apenas a imagem protetora do Filho recém nascido, ela é, isto sim, o candelabro escolhido pelo Pai para trazer ao mundo a luz da verdade e a própria verdade.

Ao lado de Jesus menino, os pastores e os reis não encontraram anjos, embora os anjos também estivessem lá; mas encontraram José a Maria que enfrentavam as dificuldades reais da vida para serem fiéis aos planos de Deus. Maria, dedicada ao menino, é mãe e é filha, é Rainha e é serva, é pequena e pobre e ao mesmo tempo imensamente feliz! O que é interessante notarmos é que Jesus, centro do Natal é, Ele mesmo, Deus. 

Mas Maria é a primeira e a maior representante da humanidade redimida. Ela não é Deus, mas no centro da História ela está ao lado de Deus. Ali, no presépio existe a mensagem da presença de Deus que se aproxima da humanidade, e o mistério da humanidade que se aproxima de Deus de modo a gerá-lo e protegê-lo, numa relação que assume o grau de uma proximidade tão íntima como a de uma mãe com seu filho. Ela o sabe: “É meu Filho e é meu Deus!”

Quando olhamos para o presépio, observamos Deus que se revela e nesta revelação explicita sinais inequívocos do seu amor pelo ser humano. Ele não está sozinho na gruta de Belém, estão com ele seu pai e sua MÃE. Vínculos por Ele escolhidos para entrar na história com características humanas, culturais, envolvidos num contexto concreto do ponto de vista político, cultural e social. A Nossa Senhora do Natal é o símbolo mais bonito da união real que Jesus veio estreitar conosco, seres humanos.

A pobreza daquele lugar é semelhante a pobreza da nossa condição humana, mas a sua presença naquela gruta é a mensagem de que no âmago da nossa pobreza pessoal, Deus se faz a nossa força e a nossa vida. Lá no presépio, como em nossos corações, é Maria quem nos trás Jesus e, com simplicidade, no-lo dá, de presente, não só na noite de Natal, mas em todos os dias de nossas vidas.

Anselmo Cabral, isga

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